quarta-feira, 26 de junho de 2013

HÁ QUE SE TER CUIDADO COM AS PROMESSAS DA EX-GUERRILHEIRA

Positivamente é bom ver a presidente ex-guerrilheira vir a público confirmar que "vem ouvindo as vozes das ruas e que deseja atendê-las", propondo medidas que, no  meu caso, defendo-as há muito: a Constituinte Exclusiva e a classificação de hediondo aos crimes de corrupção.
Os desdobramentos, porém, ligaram o desconfiômetro, deixando entrever que mais "que atendê-las" ela deseja estendê-las em indefinições dispersas nas discussões interpretativas do que realmente pode ou não pode ser feito, de forma mais urgente. Mas é aquela história: com o povo nas ruas, não tem como virar-lhe as costas, sem, pelo menos, dizer que está fazendo alguma coisa aceitável. E, se não conseguir encaminhar nada realmente exequível em pouco tempo, sempre restará a desculpa de ter tentado e que esses ou aqueles são os culpados do insucesso, dando curso à histórica transferência de culpas (processo iniciado, como é dito, no Jardim do Edem, com Eva atribuindo à cobra a culpa de ter comido do fruto proíbido e Adão culpando o próprio Deus por ter fraquejado: a mulher que me deste...).
A situação então é essa, necessitando que os desdobramentos se tornem, efetivamente, positivos e que o eco das ruas não tenha ressoado apenas para a derrubada da PEC 37 (o que também defendia e aplaudi) ou a ampliação das penas a quem for pego com as mãos em nosso dinheiro (dinheiro público).
Com o povo nas ruas, decisões tidas como utópicas aconteceram num abrir e fechar de olhos, realmente surpreendendo positivamente a população, que, agora, deve deter-se avaliando o comportamento de todos e de cada um dos parlamentares, para determinar-lhes a sinceridade nas decisões agora tomadas de uma hora para outra, depois de tanto tempo de inércia.
Isso nos leva a pensar que se o povo não tivesse ido às ruas, como foi, tais tomadas de decisões ainda continuariam na longa fila de espera para serem votadas. E tem outras, outras e mais outras.
Foco ainda mais minha esperança no sentido de que a discussão da Constituinte Exclusiva prossiga, contemplando que, finalmente O PODER EMANE DO POVO. Ainda que a Constituição Cidadã, de 88, tenha avançado muito nesse sentido, há muitos privilégios beneficiando governantes e parlamentares.
É mais ou menos aquela história de colocar a raposa tomando conta do galinheiro o fato de permitir aos parlamentares elaborar a constituição. Assim, os constituintes deverão ser eleitos tão somente com as atribuições de elaborar a nova Carta, não podendo nenhum deles ser candidato a mais nada.
A questão, no meu entendimento, não se resume apenas ao que disse acima. Ela terá de ser exaustivamente discutida, trazendo à luz as motivações de interesse geral, de nação.
Faz muito que falava nisto. Sozinho. Volto ao assunto. Não estou mais só.