quinta-feira, 6 de novembro de 2008

A GRANDE LIÇÃO AMERICANA!


Pensar que escrevi isto, me provoca um meio gaguejar.
Realmente me faz engolir em seco, porque contemporâneo de uma época em que quase tudo era invadido pelo americanismo, tendo alguém que se posicionar em defesa da nossa nacionalidade, naturalmente fui um dos que assumiram esta posição.
Quem sabe até tenha me deixado influenciar, um pouco, pelo discurso de Brizola nos idos de 61 e de 64 (do século XX).
Na verdade, não tinha rádio que fosse ligado, que não estivesse tocando música americana.
Influenciado por Brizola ou não, percorria o dial de nosso sóbrio e elegante Munblos, trocava de faixa, tudo na tentativa de ouvir música brasileira de forma predominante. Sim. Nessa época, para cada música brasileira, rodava quatro, cinco americanas, na grande maioria das rádios locais ou regionais. Daí, só na onda curta se encontrava alguma coisa melhor (para quem assim entendia).
Essa resistência ao americanismo, independentemente de qualquer influência, se acentuou com o comportamento americano avançando pelo mundo, elencando-se aí o Vietnã, a própria Ditadura Militar, aqui, (que sabidamente tinha o apoio deles) e por aí vai...Fazendo criar uma espécie de carapaça protetora em torno de mim, deixando-me, no mínimo, cético ao avaliar qualquer questão relativa a eles (os americanos).
Até porque, mais recentemente, tivemos de conviver com Bush.
Nossa!
É dose pra mamute.
Mas eis que surge Obama. Um negro ao meio americanista, da Ku Klux Klan à morte de Martin Luther King, somado-se, ainda, os neo nazistas se debatendo na utopia da superioridade racial.
E, o bom: ele vence.
E, o melhor ainda: ouvir seu opositor M’Cain dizer, alto e bom som: “Tinha um oponente; tenho, agora, o meu presidente! Pode contar comigo.”
Esta, a grande lição, que, reconheço, é dada pelo povo americano.
Os americanos se superaram. Venceram a si próprios.
Eles que já guerrearam entre si em nome da segregação, pelejando o Sul contra o Norte, se matando movidos pelo preconceito, além de cometerem todas as barbaridades que se sabe cometeram em nome desse purismo e dessa superioridade racial, agora elegem um presidente negro.
Ah! Isso é vencer a própria cultura arraigada ao longo da intransigente vivência de brancos de um lado e negros do outro lado. Talvez, tenhamos influenciado um pouco. A crescente presença latina em solo americano pode ter intermediado este feliz desfecho.
De qualquer maneira a lição está aí. E é muito boa. Que a aprendam também os radicais de todas as cores.
Que todos se convençam que existem pessoas e formas de se viver diferentes decorrentes das posições geográficas ou das situações climáticas. Raça? Só a humana, neste mundo, como confirma a própria Ciência, de que nos originamos de um mesmo gene.
E, finalmente, que cada um cumpra com o seu papel.
Se lá nos Estados Unidos, o democrata Obama pode ser o presidente de todos os americanos com o apoio de seu ex-opositor, o republicano John M’Cain , por que aqui o peemedebista Zé Carlos do Pátio não pode ser o prefeito de Rondonópolis com o apoio de seus ex-opositores, os republicanos Adilton e Blairo?
O deputado republicano Wellington e o senador democrata Goellner, como vêm declarando, pensam que pode. Ótimo.
Para quem esqueceu: a Democracia é isto!


evalinsuleiman@hotmail.com
AGILIDADE E LERDEZA DO MPE





Segundo é amplamente informado pela imprensa, andou às pressas um processo contra o candidato eleito prefeito de Rondonópolis, José Carlos do Pátio, por parte do Ministério Público Estadual, no qual ele é acusado da prática irregular da compra de votos no dia das eleições.
Segundo também se informa, o processo seria uma grosseira montagem contra o candidato que, como se sabe, o seu opositor direto nem as‘autoridades’ que o apoiavam querem admitir a ele ter perdido nas urnas, legalmente. Daí, então, tal armação, que se deu no apagar das luzes do período de votação, numa ação questionável de outras ‘autoridades’.
Mas, armação ou não, por outro lado, o mesmo Ministério Público até agora não pronunciou-se quanto a uma denúncia protocolada no dia 03.10.08, com farta documentação, na qual se verifica uma estranha isenção do pagamento de tributos à Prefeitura, numa transação imobiliária cujo valor venal está fixado em R$ 1.272.450,13.
De acordo com os documentos, a isenção de R$ 25.449,00 de Imposto de Transmissão de Bens Imóveis (I.T.B.I.), foi autorizada pelo ex-secretário Edenício Avelino Santos, da Receita Municipal, no dia 12.08.08. Edenício é o mesmo secretário que tentou mascarar a diminuição do IPTU da propriedade do prefeito Sachetti, e que, por essa razão oficial, foi demitido. Figuram como beneficiários da isenção Agenir Terezinha Inocêncio e Outros, como transmitente e Túlio José da Silva, como adquirente.
Consultando o MPE sobre tal denúncia, junto ao promotor Malvezzi, só depois de uns 40 minutos ele pode me informar onde tal se encontrava, por que ele, dela não se lembrava. Busca concluída, a informação: “Passei à nossa avaliadora, que saiu em férias, passando-a a outra pessoa para os procedimentos”. A outra pessoa é a que figurava como assistente na sala do promotor, trazendo-lhe documentos para assinar, informando que ainda não os tinha acessado, isso agora, no final de outubro, dia 29, vinte e seis dias depois dela ser lá protocolada.
O primeiro procedimento informado a mim foi o de o MPE buscar explicações na Prefeitura quanto à estranha isenção. Depois, veremos...
Apenas para situar ambos os casos num só patamar, sem pesos diferentes, tal procedimento do secretário de Receita pode indicar improbidade administrativa do seu próprio ex-chefe, o que, no meu entendimento, também carecia de um tratamento urgente-urgentíssimo, como o outro.


evalinsuleiman@hotmail.com

terça-feira, 4 de novembro de 2008

A BURRICE DO MONOPÓLIO E DA DITADURA

Dia desses prometi enfocar mais sobre a burrice do monopólio e da ditadura, ambos prejudiciais ao convívio humano de respeito às liberdades individuais ou, em outra palavra, à democracia.
O monopólio é burro!
A ditadura é burra!
Um e outra se inserem num contexto execrável de excessos levando seus protagonistas a lamentáveis procedimentos, seja nas posições de mando ou de obediência.
Quem manda, se torna odioso pelos exageros de poder; quem obedece, repugnante, no calmo e incessante rastejar; os dois se distanciando do digno.
Lembro da ditadura de Vargas (que ainda pesquiso) e da chamada Revolução, dos militares (que ajudei a derrubar) como também lembro da tentativa monopolista do cooperativismo brasileiro, bem como de outras tentativas de supremacia de mercado, que acabam em nada, dispersas ou capengas, mundo afora, sem lembrar de predominância positiva que possa justificar tais situações.
A exceção, se assim se pode chamar, fica por conta dos 15 anos de mando do Getúlio, que, apesar de tudo, contabiliza ainda hoje avanços inquestionáveis e insuperáveis à economia nacional, como é o caso da Petrobras, e aos trabalhadores, com a legislação trabalhista, sem nada melhor até hoje, ainda que tenha custado a vida de seu idealizador, por conta do exagerado orgulho e vaidade pessoal, que não admitia ser apeado do poder.
"Saio da vida para entrar na história", escreveu ele, o que pode ser lido como "daqui só saio morto", e se matou. Atitude que, hoje, ele mesmo lamenta do outro mundo, através de Eça de Queirós, psicografia de Vanda A.Canutti, no livro de 304 páginas da Editora EME, Getúlio em Dois Mundos, onde ele refaz a histórica frase, afirmando ter deixado a história para viver a verdadeira vida, sem intrigas, buscando, sim, o bem de todos, como era sua intenção aqui, muitas vezes deixando-se vencer pela arrogância do orgulho, da vaidade.
Para quem acredita, ou não, num outro mundo, melhor que este, e, muito especialmente a todos os políticos, eu recomendo ler Getúlio Vargas em Dois Mundos.
Ainda que a descrença nesse outro mundo persista, tenho certeza de que cada um que ler o que ao notável presidente se atribui através de referida obra, vai se melhorar. Muito. E todos ganharemos com isto.
(A) NORMALIDADES DA DEMOCRACIA


Há os que julgam normal levar a mulher (ou o marido), os irmãos, irmãs e demais parentes a ocupar os cargos públicos chamados de confiança, os famosos CCs, sem nenhum constrangimento. Constrangidos eles (e elas) ficam quando alguém lhes cobra um posicionamento a respeito.
- Se é cargo de confiança, nada melhor do que um parente meu, bem chegado, de preferência!
E dane-se qualquer princípio: seja o da isenção; seja o da moralidade.
Porque não se pode cobrar isenção de ninguém ocupando cargo eletivo nos executivos e legislativos ao tratar questão administrativa envolvendo um parente.
A observação serve ainda ao judiciário e ministério público e também na relação entre poderes, ou seja: parente de uma autoridade trabalhando para outra (autoridade), sem concurso. Isso, além de anular o princípio da isenção, agride outro (princípio), o da moralidade. Gravemente.
Leve-se como exemplo o caso de um promotor de justiça cujo irmão exerça cargo de confiança junto ao prefeito da cidade. Onde ficaria a isenção para tratar de uma denúncia contra o alcaide?
Não haveria a isenção e a moralidade ficaria duramente atingida.
Imagine-se a mesma situação a um juiz cujo filho ou a mulher trabalhasse, sem concurso, com o prefeito.
Como ficariam os casos contra ele? E leia-se no “contra ele”, também, os recursos de funcionários em busca da salvaguarda de direitos.
Sem dúvida, numa longa e interminável espera para o julgamento.
Uns chamam isso de jogo do poder; eu, simplesmente, classifico de ditadura. A ditadura do poder econômico. A pior forma de poder. Porque agride todos os mais elementares princípios do que é mais sagrado para o ser humano, a liberdade, vindo a ingressar pelos pegajosos e obscuros caminhos do escravagismo, chegando a um absolutismo insuportável.
E está assim, ó (às mãos cheias), de gente enganada (ou encantada) com esse tipo de poder!
Tem até vereador que avisa: em política, ou se puxa saco ou a carroça.
A propósito, aí reside uma situação análoga às citadas antes. Se um vereador (a) emprega a mulher (ou o marido) junto ao executivo, naturalmente ele (a) passa a ser dócil com o prefeito, se tornando aquilo que classifico de variador (a). Ele (a) varia em seu próprio favor, esquecendo-se das promessas de campanha de atuar em favor do povo.
Quem assim age, vai além do pactuar com o jogo do poder; quem assim procede, na verdade, se torna agente das tramas do poder, maculando o processo político da eleição ao mandato, emanando não a vontade do povo, mas os mais fétidos odores da corrupção emporcalhando a vida pública de muitos e gerando a justificada descrença popular.
O pior, ainda, é que muitos assim agem sem se ater a tais implicações. Para eles, o que fazem é normal e legítimo.
- Só procurei melhorar as condições de vida dos meus entes queridos; isto, por acaso é pecado?!!
Sim. Dos mais graves. Vai contra a economia popular, metendo a mão no dinheiro que deve ser usado em benefício de todos e não no de uma meia dúzia de preferidos do chefe.

Evalin Alves Salomão
Jornalista – Escritor – Poeta
evalinsuleiman@hotmail.com
http://blogevalin.blogspot.com/