quinta-feira, 19 de junho de 2008

LULA E ADILTON:
COMPARAÇÕES À PARTE


Ouvindo o presidente Lula dizer-se indignado com o que aconteceu no Rio, envolvendo o E.B. (Exército Brasileiro), “sem tomar providências” (como bem lembrou Arnaldo Jabor, em seu comentário no Jornal da Globo, logo depois do empate do Brasil com a Argentina), vem-me à mente o episódio recente da greve dos servidores (concursados ou efetivos) da Prefeitura Municipal de Rondonópolis, mostrando o prefeito Adilton, num dos canais locais de TV, no tom mais conciliador do mundo, tentando gerar clima de “motivação política do Sindicato”, na manutenção do movimento.
Dizia ele, que as pretensões do funcionalismo não poderiam ser contempladas, devido à legislação eleitoral, esquecendo-se de lembrar que, em tempo hábil, providenciara aumento (substancial) aos estagiários e contratados (cargos de confiança), que, de acordo com dados divulgados pelo Sindicato dos Servidores, somam 55 por cento do universo de gente a seu serviço! Ou, como queiram, a serviço da Prefeitura, que ele comanda, nomeando quem bem entende, como se não devesse explicações a ninguém.
Aliás, quando lhe acusaram de nepotismo ele fez o quê? Negou; contestou e manteve secretária do Bem-Estar Social, a sua mulher.
Mas isso, não é nada!
Nepotismo mesmo, é o que se estende aos seus auxiliares.
Só para citar alguns casos, vejamos: seu Procurador Geral, é sogro do Defensor Público, que, por sua vez, tem a mulher trabalhando no Sanear, um cunhado no Departamento de Imprensa; e, o pai, locando veículo à Prefeitura; já o secretário de Finanças, tem a irmã como chefe de Arrecadação, cujo filho, também trabalha no Departamento de Imprensa; depois, vem mais o irmão do promotor tal, o filho do juiz qual...E viva a Democracia!
Se esquecem (um e outro), que não passam de peões do povo, ainda que os mais graduados nos respectivos níveis, respondendo pelo poder transitório não se tornando donos dele!
Tais situações me trazem à lembrança o senador Pedro Simon governador do Rio Grande do Sul.
Montando a estrutura de seu Governo, tinha a seu lado um velho amigo coronel da Brigada Militar já apontado como chefe da Casa Militar, quando surgiu no organograma um jovem e competente oficial para ocupar determinado posto. Simon perguntou:
- Não é seu filho?
- Sim. – Respondeu o coronel, mas, lembrando-se de como pensava (e pensa) Simon, acrescentou – Mas é a vez dele ocupar tal cargo; você não pode prejudicá-lo por ser meu filho.
- De forma nenhuma prejudicarei seu filho, que está em início de carreira; é a vez dele! Você é que não será o Chefe da Casa Militar. – Foi a resposta de Simon.
O presidente está usando o Exército para fazer política (protegendo as obras do PAC – Plano de Aceleração do Crescimento), muito embora (eu) entenda que ele (o Exército) possa receber outras incumbências além da defesa da Pátria, como essa mesma, depois de passar por treinamento específico e autorizado constitucionalmente.
O prefeito Adilton, também está, e, segundo meu entendimento (o mesmo de Simon), ele vai ter de buscar outros conceitos de ética na política. Os usados atualmente carecem de melhor avaliação: de como administrar bem a coisa pública. Por exemplo, a obra escrita do senador, pois, além do que aprendeu desde pequeno em seus usos e costumes, desenvolveu um senso tal de decência política, hoje comparado a Alberto Pasqualini, Rui Barbosa e outros desse quilate, que poderia contribuir muito para o necessário aprendizado de quem gosta muito de falar em ética...
Ah! E seu tom de conciliador, na Televisão, não cai bem para quem não concilia; para quem gosta de impor.


Jornalista Evalin Alves Salomão (Direto de Rondonópolis, MT)


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